O Evangelho de São Tomé

O Evangelho de São Tomé – O que é isso?
O "Evangelho de São Tomé" é uma coleção de ensinamentos que alguns atribuem a Jesus de Nazaré. Partes das versões gregas do texto foram encontradas em Oxyrhynchus, Egito, no final do século 19. Uma versão completa em cóptico (uma linguagem egípcia originada do alfabeto grego) foi encontrada em Nag Hammadi, Egito, em 1945. Acredita-se que o texto completo é de aproximadamente 340 D.C, enquanto que alguns dos fragmentos gregos foram de aproximadamente 140 D.C.

O Evangelho de São Tomé – Quem o escreveu?
Os estudiosos ainda não sabem de certeza quem escreveu esse livro. As primeiras linhas do texto referem-se a "didymos Judas Tomé" como o autor. A palavra "didymos" é grego para gêmeo e a palavra "tomé" é aramaico para gêmeo. Aparenta ser o caso que o nome do autor era Judas, e seu apelido era "o gêmeo" (como usado nas duas línguas). Os Evangelhos Canônicos da Santa Bíblia mencionam um homem chamado Tomé, a quem João chamou de "didymos tomé". Há também várias pessoas com o nome Judas mencionadas no Novo Testamento além do conhecido Judas Iscariotes. No entanto, não é mencionado um Judas no Novo Testamento que também tinha o apelido de Tomé, "O Gêmeo".

O Evangelho de São Tomé – O que ele diz?
O Evangelho de São Tomé declara que o Reino de Deus existe na terra hoje visível àqueles que abrem seus olhos para enxergar. Há uma "luz divina" dentro de cada um de nós, a qual nos ajuda a enxergar fisicamente o Reino de Deus ao nosso redor. A imagem de Deus como no início da Criação ainda existe hoje (Gênesis 1). Essa imagem é diferente da imagem do homem caído em pecado (Adão) de Gênesis 2. O Evangelho de São Tomé revela que a humanidade pode e deve restaurar agora suas identidades à imagem de Deus, assim como ver o Reino de Deus agora. Esse texto trata os primeiros dois capítulos de Gênesis de uma forma não tradicional. Ele acredita que haja duas criações diferentes da humanidade – a primeira foi perfeita e a segunda tinha defeitos. Ao invés de esperar por um Reino perfeito futuro (do fim dos tempos), o autor desse livro encoraja as pessoas a voltarem agora às condições perfeitas do Reino de Gênesis 1.

O Evangelho de São Tomé – Por que não faz parte da Bíblia?
O Evangelho de São Tomé é considerado "Gnóstico" em origem e ponto de vista por muitos Cristãos, e é possivelmente o motivo por que o livro foi excluído do cânone original da Santa Bíblia (se é que esse texto fosse de fato conhecido pelos Cristãos primitivos). Geralmente, os Gnósticos acreditam que a salvação da alma surge de um quase intuitivo conhecimento dos mistérios do universo e das fórmulas secretas que indicam esse conhecimento. Já que os Cristãos encaram a Bíblia como sendo uma coleção de textos supernaturalmente inspirada e enviada aos homens por Deus, completa em ideia e doutrina, não há algo como "livro perdido" da Bíblia com segredos especiais aos sábios. Mesmo de uma perspectiva não supernatural, se a Bíblia que temos lido pelos últimos 2000 anos reflete as crenças do Cristianismo original, então qualquer texto originalmente rejeitado, descartado ou "perdido" não faz parte dos livros da Bíblia Cristã. Uma igreja que adiciona o Evangelho de São Tomé às suas escrituras estaria agindo fora das linhas simples do Cristianismo fundamental, e não conhecemos nenhuma denominação estabelecida que tenha qualquer noção de fazer isso... e nem deve.